Uma questão abordada pela mídia nos últimos
dias, foram os inúmeros casos de maus-tratos aos animais. A cadelinha Lana,
espancada pela sua tutora, até a morte, na frente do filho pequeno; O cãozinho
Titã, enterrado vivo e resgatado em estado crítico; A cadelinha Jade, queimada
por garotos; Filhotinhos recém-nascidos abandonados em sacolas de lixo, entre
tantos outros casos.
Tudo isso vem chamando a minha atenção para
uma questão: o porquê de estas pessoas adquirirem um animal, para depois agirem
de forma tão desumana?
Você certamente já assistiu filmes como: Os
101 Dálmatas, Beethoven, Lessie... E certamente já viu pessoas desesperadas
atrás do belo Dálmata, do magnífico São Bernardo, graças a esses filmes. E isso é um atrativo e tanto para os
criadores, onde em um mundo globalizado, se existe alguém querendo comprar,
certamente existirá alguém querendo vender. E as pessoas compram seus animais
por modismo, por status, porque são lindos e perfeitos - ao menos nos filmes.
Então, com o tempo, a moda do São Bernardo
passa para a moda do Dálmata, que passa para o Poodle, que passa para o Yorkshire
e assim por diante. E os animais 'fabricados' em série pelos criadores,
continuam ali. Esperando a sua vez voltar, em tempo, para que não sejam
despejados nas ruas.
Juntamente com isso, vem a bagunça, a sujeira,
os latidos, miados... E as pessoas se dão conta de que não compraram um robô
com botão de 'desliga'. Compraram uma vida, mas isso elas também não sabem.
Resultado: animais abandonados diariamente nas
ruas. Jogados no lixo como mercadorias que não servem mais.
O caso do filme é só um exemplo. A grande
questão é que as pessoas, infelizmente, veem os animais não como vidas, mas
como brinquedos, objetos de luxo. Quem tem um York hoje em dia, por exemplo,
tem status.
Aí então, entra o trabalho das ONGs. Pessoas
que se dedicam em tentar reverter essa situação e, geralmente, não tem o apoio
do governo, por tanto, dependem do apoio da população.
Todos os dias, recebemos e-mails de pessoas
solicitando ajuda, seja para um animal abandonado em frente as suas casas, seja para um animal machucado ou
sofrendo nas mãos de seus tutores. Isso é muito importante. A denúncia, a
preocupação em fazer algo, é o primeiro passo para que as mudanças aconteçam.
Porém, é importante que saibam, que nem todos
os lugares possuem um canil. Nós, por
exemplo, contamos com o auxílio de
voluntários, que oferecem lares temporários, enquanto damos aos pequenos o tratamento
adequado e encaminhamos imediatamente para uma nova família.
Um canil traz um certo comodismo à população,
que acaba abandonando os seus animais, indiscriminadamente, nas sedes das ONGs,
como se o problema deles, então, estivesse resolvido. Porém, cada vez teríamos
mais e mais animais abandonados, vivendo juntos em um espaço inadequado, sem condições de uma vida digna. Todo animal
precisa de alimentação, carinho, cuidado, espaço para brincar, correr e fazer
suas atividades.
Por tanto, antes de adquirir um animal, é
importante que você tenha plena consciência de que, assim como uma criança, ele
precisa de cuidados, carinho e dedicação. Que possui uma alma, sente alegria,
tristeza, fome, dor, medo, assim como qualquer ser humano e que não deve ser
descartado, como um brinquedo que já não serve mais.
A maior recompensa que podemos receber, é
aquela que nenhum dinheiro é capaz de comprar: a gratidão naqueles olhinhos
pequenos, cheios de inocência e ternura.
Animais não são brinquedos: são vidas!
Patrícia Flores - Protetora da Associação Bicho Vadio
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